Muito se fala sobre Educação, porém se esquecem de conceituá-la e analisá-la da forma construtiva e evolutiva para pessoa ou para a sociedade em geral. A confusão conceitual existe logo no início deste “status” tão importante para convivência humana; a Educação, o Ensino e a Cultura caminham juntos e contribuem com que chamamos e idealizamos como os bons modos, que um indivíduo deve ter na relação social.
A Educação é iniciada na informalidade, pelos costumes e hábitos de quem oferece, ou seja, são os pais, familiares, tutores e outros, que dão este “start” desde o nascimento de nossas vidas; instruir, polir e disciplinar são ações para o sucesso de uma boa educação. No seu sentido mais amplo, educação significa o meio em que os hábitos, costumes e valores de uma comunidade são transferidos de uma geração para a geração seguinte. A educação vai se formando através de situações presenciadas e experiências vividas por cada indivíduo ao longo da sua vida. O conceito de educação engloba o nível de cortesia, delicadeza e civilidade demonstrada por um indivíduo e a sua capacidade de socialização.
A importância das “Políticas Públicas Básicas” para inicialização da Educação informal.
É muito comum ouvir a resposta, EDUCAÇÃO, em minhas palestras, quando a pergunta é: “Qual a Política Pública principal e primária, que devemos realizar para termos uma Grande Nação? A decepção é imensa, quando os digo, que estão errados!” – Major Ricardo Silva.
Vivemos num país, onde 110 milhões de pessoas não possuem Saneamento Básico; não tem acesso ao esgoto encanado e água potável. A falta de urbanização e a distribuição de renda totalmente desproporcional, transforma um país rico como o Brasil, em um país de diferenças sociais e sempre em desenvolvimento. Somos o maior produtor de grãos do Planeta, e o segundo em produção de alimentos; temos anualmente, condições de alimentar 1,5 bilhões de pessoas, mas as Políticas Públicas são muito arcaicas e a Educação está entre elas.
Sem uma condição básica de saneamento, sem uma urbanização, fica muito difícil manter uma situação mínima de Saúde, que fica em segundo lugar na hierarquia das Políticas Públicas. Uma Saúde precária traz poucas condições para um desenvolvimento cognitivo de uma criança, ou seja, a educação informal fica prejudicada.
O direito à saúde, afirmado na Declaração dos Direitos Humanos de 1948 e explicitado na Constituição Federal de 1988, define a saúde como direito de todos e dever do Estado. Esse direito fundamental do ser humano se torna realidade com a participação da população em suas conquistas e com o compromisso político do Ministério da Saúde: universalização, equidade, integralidade, resolutividade e controle social da política de saúde. – Ministério da Saúde.
Os processos cognitivos são os recursos, que todo indivíduo tem para adquirir, processar, transformar informações e vão ajudar na tomada de decisões. Eles podem se manifestar de forma orgânica ou artificial, consciente ou inconsciente, mas sempre de maneira rápida e integrada. A percepção, a atenção, a memória, a pensamento, a linguagem e a aprendizagem são os recursos principais. Porém para todos esses recursos existirem, a Saúde pontua de forma e num papel fundamental, seja na questão biológica ou de formação cerebral; o Paradigma Biológico Maturacional, onde desenvolvimento cognitivo se dá por meio da dotação genética e do amadurecimento do cérebro aprofunda a leitura e o conhecimento sobre a questão, mas é muito importante a compreensão sobre a importância da Saúde na formação da Educação.
Visto o mínimo de condições de saneamento básico e proporcionando a Saúde, começamos agora, agradar a todos sobre a resposta, EDUCAÇÃO, como a principal Política Pública a ser executada na construção de uma “Grande Nação”. A Educação então, dá os seus primeiros passos, pois com todas essas condições de saúde, você poderá oferecer uma primeira situação de educação, a INFORMAL; aquela que é aplicada do nascer aos seis anos de idade, onde o responsável ensina a criança os quesitos de higiene, de alimentação, dos bons modos de convivência social e as preparações para o Ensino. Este sim importantíssimo na questão intelectual e científica, que a pessoa construirá daqui para frente para melhorar e aperfeiçoar a tecnologia do seu país.
A importância do Ensino no processo da Educação.
O ensino é a ação e o efeito de ensinar (instruir, doutrinar e amestrar com regras ou preceitos). Trata-se do sistema e do método de instruir, constituído pelo conjunto de conhecimentos, princípios e ideias que se ensinam a alguém. O ensino é uma forma de passar o conhecimento de uma pessoa para outra de maneira sistemática, sendo que este sistema pode existir em escolas e universidades, como também aplicado pela iniciativa privada em empresas e indústrias, a fim de que seus colaboradores adquiram habilidades necessárias para desempenharem suas atividades de maneira ainda mais eficiente. O Ensino é a fase da Educação, que transforma o cidadão em um Gênio ou simplesmente, em um profissional de determinada área.
O ensino implica a interação de três elementos: o Professor (Docente), o Aluno (Discente), e o Objeto de Conhecimento. A tradição enciclopedista supõe, que o professor é a fonte do conhecimento e o aluno, um mero receptor ilimitado dele. Sob esta perspectiva, o processo de ensino é a transmissão de conhecimentos do docente para o estudante, através de diversos meios e técnicas. Porém, para as correntes atuais como a cognitiva, o docente é um fornecedor do conhecimento, acua como nexo entre este e o estudante por intermédio de um processo de interação. Portanto, o aluno compromete-se com a sua aprendizagem e toma a iniciativa na busca do saber.
O ensino como uma profissão tem níveis de estresse que estão muito elevados, são os maiores em vários países no mundo, o estresse acaba afetando mais os alunos que os professores devido à pressão para tirarem, notas acima da média fazem os alunos necessitar de medicamentos. O ensino a distância é uma forma de educação em que os alunos e professores não estão presentes fisicamente para que o processo de aprendizagem ocorra por completo. Para que haja o ensino a distância é preciso que o aluno que esteja fazendo o EAD (educação a distância) tenha acesso a internet, apesar de ainda haver EAD por correspondência (através de cartas via correio). O ensino como transmissão de conhecimentos baseia-se na percepção, principalmente através da oratória e da escrita. A exposição do docente, o apoio em textos e as técnicas de participação e debate entre os estudantes são algumas das formas em que se materializa o processo de ensino. Com o avanço científico, o ensino tem integrado as novas tecnologias e recorrido a outros canais para transmitir o conhecimento, como o vídeo e a Internet. A tecnologia também tem vindo a potenciar a aprendizagem à distância e a interação mais além do facto de partilhar um mesmo espaço físico.
Temos o coaching que é uma forma de ensino não tradicional e que não requer uma sistemática ou um passo a passo. Ainda assim, essa é considerada uma forma de ensino, mesmo que de forma indireta. Sendo que o objetivo principal de um coach (o profissional) é ajudar as pessoas a vencerem seus desafios e contribuir, assim, para o desenvolvimento dessas pessoas, ou seja, por meio dele é possível que uma pessoa consiga se aprimorar em diferentes áreas.
Em raros casos uma Educação é completa sem que haja um Ensino de qualidade, equilibrado e direcionado para formação do ser humano.
A importância da Cultura.
A cultura é parte essencial da formação de alunos como seres humanos conscientes e críticos. Como afirma Bourdieu, “a cultura é o conteúdo substancial da educação, sua fonte e sua justificação última […] uma não pode ser pensada sem a outra”.
A concepção de cultura é ampla e envolve inúmeras questões. Ao contrário do que a maioria acredita, cultura não é só dança, culinária, arte, música e cinema, entre outras ideias que fazem parte do senso comum. A Cultura é o processo da Educação, que se inicia no nascimento e só se encerra com o falecimento; estamos adquirindo-a todos os dias, a cada momento, em todas as relações de existência das nossas vidas. Sendo assim, a cultura abarca a vida humana em todos as suas particularidades sendo produzida e modificada por cada indivíduo, se apresentando na sociedade de modo plural, heterogêneo e, por vezes, conflituoso.
Na sociedade brasileira, essa heterogeneidade é vista ainda mais marcante. Desde o início, ela já se forma como uma mescla das culturas indígena, africana e portuguesa, se misturando ainda mais com o intenso fluxo migratório para o país depois da Proclamação da Independência.
Esse evento histórico colaborou para que indivíduos percebessem o Brasil como um local acolhedor e por meio de ondas de imigração, culturas de países como Alemanha, Itália e Japão foram incorporadas em locais característicos do país. Essas regiões se tornaram um pedaço de diferentes culturas localizadas em terras tupiniquins e com o passar do tempo acabaram se integrando a cultura brasileira.
Com isso, a sociedade brasileira se formou como uma das mais multiculturais do mundo, incorporando em seu território culturas de todas as partes do planeta, as quais estão presentes em cada homem, mulher, criança e jovem que chega à escola e quer se sentir representado.
Toda essa multiculturalidade está presente também nas salas de aula, trazendo diversas oportunidades e desafios para os professores. A possibilidade de integração e de compartilhamento de conhecimento, ideias e costumes entre os alunos de diferentes culturas é uma realidade.
Isso pode enriquecer ainda mais o processo de ensino-aprendizagem e colocar os discentes em contato com o mundo que encontrarão lá fora, preparando-os para lidar com a diversidade.
Por outro lado, existe a chance de a cultura minoritária presente em sala de aula ser sufocada e reprimida pela cultura dominante, o que, entre outras consequências, pode levar à perda ou ao questionamento da identidade cultural de muitos alunos.
Nesse contexto, os professores se veem em uma difícil situação, que exige a colocação do tema “cultura” em debate em sala de aula e incorporada no currículo escolar.
Essa pauta não deve se restringir às culturas tradicionais, como o folclore. É preciso trabalhar o universo cultural presente hoje na vida dos alunos, a cultura que eles estão vendo e com a qual estão lidando todos os dias, seja em sala de aula, em casa, na rua ou na internet.
Sem uma noção da diversidade cultural, esses estudantes podem crescer em bolhas sociais, sem senso crítico e, em casos extremos, sendo racistas, xenófobos e extremistas. Por isso, a relação entre cultura e educação precisa existir em sala de aula.
A relação cultura e educação
Sendo assim, cultura e educação precisam estar intimamente ligadas. E não só dentro das salas de aula. A escola como um todo precisa se envolver nessa pauta e proporcionar um ambiente propício ao desenvolvimento de atividades e ações que incentivem os alunos a conhecer e a respeitar a cultura do outro, independentemente de ser minoria ou não.
A escola deve seguir o papel de intermediadora entre as diferentes culturas presentes, permitindo o debate sadio entre elas e, por certo, a valorização através de eventos escolares, feiras, oficinas, palestras e outros meios pedagógicos que transmitam a ideia de valor da multiculturalidade.
Em sala, o professor deve inserir em suas aulas a pauta “cultura”, incentivando a troca de experiências, conhecimentos e costumes, exigindo o respeito mútuo entre os diferentes grupos e explicando a importância da cultura na individualidade, na escola, em casa, na sociedade local e no mundo como um todo.
Esse é o caminho para formar indivíduos críticos, pensadores e realmente preparados para lidar com o mundo.
A cultura faz parte do nosso íntimo, somos criadores e propagadores da cultura, de forma que a manifestamos de diversas maneiras. Mas o que é cultura e qual a sua relação com a educação? CANDAU (2003) afirma que, cultura é um fenômeno plural, multiforme que não é estático, mas que está em constante transformação, envolvendo um processo de criar e recriar. Ou seja, a cultura é por sua vez um componente ativo na vida do ser humano e manifesta-se nos atos mais corriqueiros da conduta do indivíduo e, não há indivíduo que não possua cultura, pelo contrário cada um é criador e propagador de cultura.
Darcy Ribeiro converge na ideia de que embora a cultura seja um produto da ação humana ela é regulada pelas instituições de modo que se lapida a ideia a ser manifestada segundo os interesses ou valores de crenças de determinado grupo social, a cultura para Darcy também é uma herança que se resume em um conjunto de saberes que são perpassados através das gerações, saberes estes manifestados e experimentados pelo ancestrais.
Conforme exposto podemos considerar que a cultura tem um importante papel no processo de aprendizagem, pois ela permite não só a socialização, mas discussão de diferentes saberes no ambiente escolar, através do conteúdo cultural podemos exemplificar vários temas, nas diferentes disciplinas do currículo escolar.
O ensino cultural tem esse poder de integrar os diferentes saberes e levá-los a discussão em sala de aula, mas para que isso ocorra faz-se necessário a capacitação do professor para que este possa ter um novo olhar sobre a cultura na sala de aula. Sabemos que é papel da escola socializar o conhecimento, mas também é dever desta atentar para as manifestações culturais como uma forma de ensinar e socializar os educandos.
Compreende-se a cultura como um elemento que nutre o processo de ensino aprendizagem, pois ela nos fornece vários meios a ser discutidos em sala de aula. Para melhorar faz-se necessário desfazer o caráter excludente de algumas escolas e do currículo tradicional, que reproduzem as desigualdades sociais ao trabalhar com padrões culturais distantes das realidades dos alunos.
Para que haja uma parceria entre a cultura e a educação faz-se necessário deixar de lado alguns estereótipos ainda vagando na mente de alguns educadores e alunos, na qual legitimam como cultura apenas as festa popularmente conhecidas e data comemorativas tradicionais, urge a necessidade de se olhar as demais culturas como uma fonte de riqueza que pode auxiliar no processo de ensino – aprendizagem, mas para que haja essa integração entre a cultura e educação faz-se necessário a criação de novas metodologias para que o professor possa trabalhar de forma adequada.
Ainda urge a necessidade de investir na formação do professor, conforme constado nesta pesquisa, a maioria dos professores reconhecem a necessidade de obter uma formação adequada para que este possam trabalhar as temáticas proposta de forma proveitosa.
Conclui-se que a cultura é o elemento essencial no processo de ensino-aprendizagem e que a escola deve incorporar em seu contexto e, portanto, esta deve ser inserida nos currículos escolares, nos projetos e outras atividades pedagógicas, para que haja a socialização do discente e docente e que as demais culturas também possam ter seu espaço no ambiente escolar.
Os caminhos para Educação estão traçados, desenhados, exemplificados e expostos para toda a humanidade. O aprofundamento e as atualizações são ativas e iminentes; o assunto é complexo e gigantesco, envolve a história do povo, as condições econômicas, a temporariedade e mesmo quando sentimos estar atualizados, ali estão, as mudanças culturais, as condições do ensino, o desenvolvimento e o principal resultado de todo o processo da Educação: “A Evolução humana!”
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